Linguagem
Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo!
1.
Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo!
2.
Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde!
3.
Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!
4.
Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das suas gulodices!
5.
Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.
6.
Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do Senhor são verdadeiras.
7.
Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados à boca do Seol.
8.
Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem defesa!
9.
Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a iniqüidade.
10.
Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente.
11.
Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.
12.
Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.
13.
Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.
14.
Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.
15.
A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes.
16.
Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
17.
Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem.
18.
Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão;
19.
e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.
20.
Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há muito.
21.
Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está desolado o meu coração.
22.
Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos.
23.
A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti.
24.
Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à cova.
25.
Faze-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma.
26.
Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio.
27.
Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.
28.
Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação.
29.
E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários, pois eu sou servo.
30.
Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;
31.
meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo.
32.
Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres?
33.
O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa.
34.
Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem!
35.
Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os!
36.
Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro,
37.
cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
38.
A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores,
39.
sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo Davi.
40.
Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
41.
Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio.
42.
Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nosos campos;
43.
os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas!
44.
Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor.